Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): o que é, sintomas e tratamento
A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença degenerativa que afeta o sistema nervoso, provocando a destruição progressiva dos neurônios motores, que são células especializadas no nosso organismo responsáveis pela movimentação dos músculos voluntários.
Por afetar diretamente esses músculos voluntários que estão localizados no cérebro e na medula espinhal, a Esclerose Lateral Amiotrófica acarreta na paralisia gradual e perda das capacidades básicas. Atividades simples e cotidianas como respirar, falar e engolir tornam-se cada vez mais complicadas, afetando irreversivelmente a qualidade de vida do paciente, que terá os músculos e órgãos do corpo comprometidos.
No Brasil, temos a Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (ABrELA), que dá apoio, suporte e orientação a pacientes, familiares e cuidadores de pessoas com a doença. Além disso, compartilham as últimas novidades e atualizações sobre o tema.
Apesar de rara, a Esclerose Lateral Amiotrófica vem recebendo cada vez mais visibilidade, principalmente após ter acometido o britânico Stephen Hawking, físico teórico mundialmente conhecido pelas suas teorias e cooperação com a ciência. Stephen Hawking, inclusive, não poupou esforços ao contribuir significativamente para possibilitar novas descobertas e pesquisas relacionadas à doença.
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Causas da Esclerose Lateral Amiotrófica
As causas da Esclerose Lateral Amiotrófica são desconhecidas. No entanto, estudos vêm apontando para a ocorrência de causas multifatoriais que podem estar relacionadas à pré-disposição genética e à utilização excessiva da musculatura resultante da realização de atividades físicas recorrentes.
Especula-se ainda que dietas com grande consumo de glutamato, componente encontrado recorrentemente em altas quantidades no cérebro de pacientes acometidos pela doença, possam desempenhar algum papel durante o desenvolvimento da doença.
Fatores ambientais também vêm sendo considerados para que seja possível determinar as causas da Esclerose Lateral Amiotrófica. Estudos detectaram a maior incidência de casos da doença nos chamorros, habitantes da Ilha de Guam, com número de casos até cem vezes maior do que quando comparado a qualquer outra localidade no globo.
As descobertas realizadas na Ilha de Guam bem como as conclusões obtidas a partir da presença em excesso de glutamato no cérebro dos pacientes possibilitou o desenvolvimento de um medicamento capaz de inibir a ação tóxica do glutamato no organismo humano. No entanto, esse medicamento ainda não consegue frear o desenvolvimento da doença ou os seus sintomas.
Sintomas da Esclerose Lateral Amiotrófica
A Esclerose Lateral Amiotrófica é considerada uma doença de progressão acelerada e seus sintomas aumentam de acordo com o desenvolvimento do problema.
Inicialmente, os sintomas são difíceis de serem identificados, principalmente por serem sintomas comuns também em outras doenças. O primeiro sintoma detectável é a fraqueza muscular, seguida pelo endurecimento e atrofia muscular.
No entanto, muitos outros sintomas podem ser observados, dentre os quais destacam-se:
• Perda gradual da força e coordenação motora;
• Dificuldades para falar, engolir e respirar;
• Cãibras musculares;
• Perda de peso;
• Espasmos;
• Fraqueza nos pés e na boca;
• Cansaço.
Caso esteja sentindo algum dos sintomas acima relacionados, consulte o seu médico especialista. Sob nenhuma hipótese realize o autodiagnóstico!
Diagnóstico da Esclerose Lateral Amiotrófica
O diagnóstico da Esclerose Lateral Amiotrófica é demorado e não é obtido de maneira tão simplificada, visto que diversos exames precisam ser realizados a fim de descartar outras doenças com sintomas semelhantes. Em geral, um diagnóstico da doença leva aproximadamente um ano para ser confirmado.
São realizados diversos exames físicos e exames com imagens complementares para que se possa detectar corretamente a doença. Além de exames de sangue, exame de punção lombar, ressonância nuclear magnética do cérebro e da coluna, também é comum a realização da eletroneuromiografia que, por meio de corrente elétrica, realiza a estimulação dos nervos periféricos, sensitivos e motores.
Por ter causas ainda incertas e sintomas abrangentes, muitos pacientes com ELA precisam consultar, às vezes, quatro ou cinco médicos especialistas distintos para que tenham seu diagnóstico detectado com precisão.
A Esclerose Lateral Amiotrófica tem cura?
A Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença degenerativa, não tendo cura descoberta até o momento. Entretanto, existem tratamentos paliativos eficazes que, além de retardar a evolução da doença, contribuem com o bem-estar e qualidade de vida do paciente.
Para que esses tratamentos paliativos possam agir de forma adequada, é essencial que o diagnóstico seja obtido rapidamente e que o tratamento se inicie logo após a confirmação da doença.
De forma geral, o paciente diagnosticado com ELA tem uma expectativa de vida de três a cinco anos após o diagnóstico da doença. No entanto, não devemos fazer prognósticos, visto que os casos e o desenvolvimento da doença em cada paciente ocorrem de forma variável e alguns ultrapassam essa marca significativamente.
Stephen Hawking, por exemplo, recebeu seu diagnóstico aos três anos de idade e contrariou as expectativas médicas, vivendo até os 76 anos, falecendo em 2018.
Tratamento da Esclerose Lateral Amiotrófica
O tratamento da Esclerose Lateral Amiotrófica baseia-se em uma abordagem multidisciplinar, realizado por profissionais de diferentes áreas da saúde, dentre médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e terapeutas ocupacionais.
O tratamento base é realizado por meio do uso contínuo de Riluzol, medicamento que reduz a velocidade de progressão da doença. No Brasil, o Riluzol é distribuído de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O acompanhamento com o nutricionista é essencial, a fim de corrigir a defasagem na ingestão de nutrientes, para evitar a perda de peso e garantir maior qualidade de vida do paciente. O fonoaudiólogo atuará no sentido de assegurar que o paciente possa se comunicar com as demais pessoas, mesmo nos episódios de fraqueza muscular que atingem a fala.
Tanto a fisioterapia respiratória quanto a fisioterapia motora são muito importantes no tratamento paliativo, principalmente quando ministrada desde os estágios iniciais da doença, pois otimizam as funções motoras e respiratórias, evitando complicações resultantes da doença e assegurando melhor qualidade de vida ao paciente.
Não obstante, é necessário que o paciente e, também, sua família e rede de apoio realizem acompanhamento psicológico durante todas as fases da doença, garantindo assim o bem-estar de todos os afetados.
O presente texto tem caráter informativo, mas não substitui em nenhuma hipótese a opinião de profissionais especializados. Em caso de sintomas, consulte o seu médico ou fisioterapeuta. Previna-se e cuide da sua saúde, seu bem mais importante com a Ortoponto.
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