Acessibilidade
5 frases que não devem ser ditas a uma pessoa cadeirante

5 frases que não devem ser ditas a uma pessoa cadeirante

Existem algumas frases que não devem ser ditas a uma pessoa cadeirante, por uma série de motivos. Seja por indelicadeza, para evitar constrangimentos ou para reforçar preconceitos, é melhor evitar certas colocações.

E para te ajudar a não cometer mais tais deslizes, separamos 5 frases que, infelizmente, ainda são repetidas aos montes para diversos cadeirantes. Confira o nosso material para não errar mais quando for conversar com alguém em uma cadeira de rodas!

Boa leitura!

“O legal é que você consegue ser feliz mesmo estando assim”

Essa frase não deve ser dita para uma pessoa cadeirante, pois, se você refletir, não chega a fazer sentido utilizá-la. Vamos pensar em um ponto: uma pessoa com deficiência, necessariamente, precisa ser triste? Sabemos que a resposta para isso é um sonoro “não”.

Um cadeirante pode ser tão feliz quanto qualquer outra pessoa, afinal, pode aproveitar a vida em toda a sua plenitude. Além disso, hoje, já é de conhecimento quase geral que se dá para fazer praticamente tudo em cima de uma cadeira de rodas.

Lembre-se que, mesmo que você não consiga imaginar nesse momento, a vida não se resume a andar. Estar em uma cadeira de rodas não necessariamente vai deixar alguém triste e, por isso, não é legal medir a felicidade dos outros por essa régua.

No fim, uma boa maneira de não dizer frases do tipo é parar para refletir: você gostaria de ouvir algo do tipo se estivesse na condição da pessoa? Se a resposta for “não”, ou você pensar demais para responder, já sabe que é melhor evitar fazer o questionamento.

“Quer ajuda para usar o banheiro?”

Pergunta feita aos montes para a maioria dos cadeirantes é se eles precisam de ajuda para utilizar o banheiro. Por alguma razão, as pessoas se sentem à vontade para fazer qualquer tipo de pergunta sobre a higiene pessoal das pessoas que estão em uma cadeira de rodas.

Basicamente, existem diversos banheiros adaptados para cadeirantes, justamente para que eles consigam fazer suas necessidades sozinhos. Além disso, sempre que os banheiros não estão adaptados, eles acabam dando um jeitinho de fazer as coisas funcionarem.

A pergunta do banheiro, em alguns casos, consegue ir mais afundo do que o normal. Perguntas sobre como os cadeirantes utilizam a privada, como fazem para sair do vaso, como se limpam, entre outras, não são nada agradáveis.

Por isso, sempre que possível evite realizar esse tipo de pergunta. Se o cadeirante estiver com vontade de abordar o assunto, ele vai acabar puxando a conversa sobre o tema com você. Caso contrário, apenas controle a sua curiosidade para não causar desconforto.

Assim como você, provavelmente, não pergunte sobre isso para outras pessoas, não existe razão para fazer isso quando estiver conversando com um cadeirante. Esse tipo de questão é muito pessoal e não queira ser o tipo de pessoa que invade a privacidade dos outros.

“Aqui não precisa de acessibilidade, já que cadeirantes nem vêm aqui”

Esse tipo de frase, além de machucar os cadeirantes que a escutam, também não tem propósito para ser dita. Determinar quem deve frequentar os locais da cidade ou não, não é seu papel. Por isso, esse tipo de comentário nunca deve ser feito.

A falta de acessibilidade em todo local faz com que a nossa sociedade, como um todo, saia perdendo. Não contar com uma calçada plana para a padaria, por exemplo, é bastante comum, mas muitas pessoas não enxergam isso.

Como uma pessoa cadeirante, então, vai ter acesso a um local tão básico como uma padaria? Se esse tipo de situação já acontece com locais tão comuns dentro de nossa sociedade, imagine em espaços mais específicos, como baladas, por exemplo.

No entanto, não tornar o seu local mais acessível para os cadeirantes e outras pessoas com dificuldade de locomoção, faz com que o nosso país perca algo de alguma forma. Quando falamos de economia, fica mais fácil notar esse impacto.

Basicamente, segundo dados divulgados pelo IBGE, existem cerca de 17,3 milhões de pessoas com deficiência em nosso país, atualmente. Ou seja, aproximadamente 8,4% da nossa população não tem acesso ao básico por conta da falta de acessibilidade.

Isso acaba impedindo com que elas realizem compras básicas, o que, consequentemente, ajudaria o dono da padaria a se manter. É importante perceber como essa questão, além de envolver a dignidade humana, também influencia diretamente em outras áreas.

Cadeiras de rodas monobloco

“Como você faz na hora do sexo?”

Esse tipo de pergunta, acompanhada de várias outras indelicadas voltadas ao tema, não devem ser feitas da forma como são feitas. Se a curiosidade existe, é melhor você pesquisar por essas respostas na internet, para não constranger ninguém.

O assunto pode até surgir durante uma conversa, porém, geralmente, isso acontece com pessoas mais íntimas. Caso esse não seja o contexto do seu diálogo, evitar o tema ajuda a manter a conversa de forma agradável, sem constrangimentos.

Perguntar sobre posições, se é melhor fazer tal coisa ou outra coisa, não vai levar a conversa por meios agradáveis. Muito provavelmente, você não faz esse tipo de pergunta para qualquer pessoa. Com o cadeirante, não deve ser diferente.

“Admiro muito seu/sua namorado(a) por conseguir te amar mesmo você estando nessa cadeira”

Por último, entre as frases que não devem ser ditas para um cadeirante, está a de vangloriar o par romântico pelo simples fato de namorar. Essa frase carrega a ideia de que pessoas cadeirantes não servem para serem amadas, por conta da sua condição.

Esse tipo de pensamento é totalmente equivocado, pois sabemos que o cadeirante é como qualquer outra pessoa, logo, se relaciona com outros indivíduos. Além disso, ela não precisa ficar restrita e se relacionar apenas com outras pessoas com deficiência, caso queira.

Alguém que se relaciona com um cadeirante não é um anjo ou qualquer entidade divina. É apenas uma pessoa que resolveu se relacionar com outra, nada mais do que isso. A todo o momento vemos indivíduos se relacionando, isso é comum na vida de todos nós.

Por fim, talvez você conclua que não faz parte do grupo de pessoas que fala essas frases. Mas, mesmo que você não as diga, com certeza já ouviu alguém próximo falando. Saiba que é dever de todos nós corrigir essas pessoas, educadamente, para que elas aprendam com o erro e não voltem a repeti-lo. Isso é muito importante!

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