Fisioterapia
Bursite no quadril: o que é, principais sintomas e tratamento

Bursite no quadril: o que é, principais sintomas e tratamento

Uma doença relativamente comum e que afeta tanto pessoas sedentárias quanto praticantes de atividade física. Assim é a bursite no quadril, também chamada pelo nome técnico de bursite trocantérica. Dentre os sintomas, as dores e os inchaços são os mais comuns.

Se não tratada, a bursite pode se tornar crônica. Antes de falarmos sobre os sintomas, no entanto, é preciso entendermos o que é essa doença e quais as condições que favorecem seu aparecimento. Acompanhe o texto!

A bursite é uma doença?

Na verdade, a bursite se trata de uma inflamação das bursas, que são pequenas bolsas localizadas entre ossos, músculos e tendões. As bursas servem para aliviar o atrito entre as articulações e, ao mesmo tempo, facilitar o movimento. Como se fossem uma bexiga pequena, elas contêm em seu interior líquido sinovial, uma espécie de óleo, responsável por lubrificar e evitar o atrito.

Quando as bursas inflamam, há um aumento da quantidade de líquido sinovial. Com isso, elas deixam de cumprir a sua função, além de ficarem inchadas e gerarem muita dor.

Estima-se que existam centenas de bursas espalhadas pelo corpo humano. Somente na região do quadril, há entre 14 e 21 bolsas. As que mais costumam inflamar são as localizadas ao redor do grande trocânter, que é o ponto mais proeminente do osso do fêmur. Por isso, o nome de bursite trocantérica.

Outra bursa que comumente inflama é a localizada na região interna do quadril, próximo à virilha. Nesse caso, a bursa que inflama é a do tendão do músculo iliopsoas.

Algumas atividades repetitivas que podem desencadear o problema incluem dança, balé, ginástica, ciclismo, corrida e atletismo, por exemplo. Corredores profissionais são os que mais sofrem com o problema, por causa dos treinos intensos e seguidos. Assim, não sobra tempo para que os músculos possam se recuperar por completo.

Para os dois tipos corriqueiros de bursite, a dor é o sintoma recorrente. No último caso, porém, a dor aparece na região da virilha.

Em algumas situações, a bursite pode vir acompanhada de tendinite, que é a inflamação dos tendões. Quando há inflamação, as estruturas fibrosas (que são os tendões) podem acumular cálcio em seu interior. Esse acúmulo também pode acontecer dentro das bursas, o que causa rigidez, dor e limitação dos movimentos.

Há especialistas, inclusive, que classificam a bursite como uma doença secundária, pois em alguns casos as condições para que apareça são decorrentes de lesões prévias nos tendões. Esse tipo de inflamação é o mais comum entre os indivíduos que apresentam o problema.

Vale ressaltar, contudo, que a bursite também pode ser primária, principalmente por causa de distúrbios autoimunes ou doenças sistêmicas, como a artrite reumatoide.

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Quais os principais sintomas da bursite?

A dor na lateral do quadril é o principal sintoma manifestado pelos pacientes. Como já mencionado, porém, é possível que essa dor apareça na região da virilha. Outros sintomas incluem:

• Dor na lateral do quadril, que piora ao deitar-se de lado;
• Inchaço na região;
• Sensação de queimação ao deitar-se;
• Dor ao apalpar a região do grande trocânter;
• Dor na lateral que se acentua após longos períodos em pé, após atividade física e após o indivíduo permanecer deitado por muito tempo sobre um mesmo lado;
• Vermelhidão na região.

Mais comum em mulheres, estima-se que a bursite tenha uma prevalência de 4:1 em relação aos homens. Isso acontece por causa do formato da pelve óssea feminina que, em geral, é mais larga para adaptar-se à gestação.

Além disso, as alterações hormonais, principalmente após a menopausa, podem diminuir a lubrificação do líquido sinovial, tornando-o menos viscoso. Isso seria mais um fator de risco para o problema.

Quais as causas mais comuns para que a bursite apareça?

A estimativa é de que cerca de 10% da população com mais de 45 anos tenha algum desgaste no quadril. Embora seja mais comum em pessoas que praticam algum tipo de atividade física intensa, a bursite acomete indivíduos que possuem fraqueza muscular. Para esse último grupo, qualquer esforço mínimo já pode resultar em lesões.

Aliás, as Lesões por Esforço Repetitivo (LER), como subir e descer escadas, praticar escalada e ciclismo e o próprio ato de permanecer em pé por muito tempo podem desencadear o problema.

Outras causas que contribuem para o aparecimento da bursite são doenças da coluna vertebral, como a escoliose; cirurgias de quadril; ter uma perna menor que a outra, o que afeta o modo de andar; artrite; uso de próteses; sobrepeso e obesidade; além do próprio envelhecimento natural.

Como diagnosticar o problema?

A ida frequente ao médico é uma forma de diagnosticar a bursite. Durante a consulta, o médico irá analisar a região à procura de pontos de sensibilidade. Após o exame físico, analisam-se os sintomas do paciente e realizam-se testes a fim de mensurar a força muscular da região.

Associados ao que o paciente relata, são solicitados exames de ressonância magnética ou ultrassonografia. O mais indicado é que o paciente que apresente os sintomas procure um médico ortopedista e traumatologista.

Bursite tem tratamento?

A resposta é sim. Após a avaliação, o médico pode recomendar anti-inflamatórios, que irão diminuir a dor e a própria inflamação; aplicação de gelo no local para alívio de dor; uso de analgésicos; mudança de atividades que contribuem para o problema; uso de muletas ou andadores por um determinado período de tempo para alívio da dor e melhora da locomoção e até sessões de fisioterapia.

Em casos mais graves, é possível que o médico recomende terapia por ondas de choque, as quais auxiliam na cicatrização dos tecidos. Um medicamento corticoide também pode ser aplicado na bursa inflamada.

Em último caso, está a cirurgia, que consiste na retirada da bursa inflamada e na reparação dos tendões que apresentam lesões. Nesse caso, a bursa se regenera por completo após o processo cirúrgico.

Essas orientações, porém, devem ser feitas por um profissional médico, pois cada indivíduo possui um histórico clínico.

É possível prevenir a bursite com cuidados básicos

Fazer alongamento antes e depois das atividades físicas, realizar exercícios com frequência, evitar ficar sentado ou em pé por longos períodos, manter o peso ideal, respeitar o tempo de descanso entre os treinos, manter uma boa postura corporal e fazer exercícios que fortalecem o quadril são os melhores jeitos de combater o aparecimento da inflamação.

O alongamento por si só, por exemplo, flexibiliza os músculos, já que promove um estiramento das fibras musculares. Dessa forma, reduz as tensões musculares, previne lesões e melhora o movimento das articulações.

E você, faz alongamentos antes das atividades físicas? Se você gostou das informações sobre bursite e se interessa pelo tema, leia também: Tendinite no ombro: o que é, sintomas e como tratar.

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